Igreja de São Vicente de Fora
Este belo edifício, situado em Alfama, é um dos pontos mais atractivos de Lisboa.
A Igreja de São Vicente de Fora foi inicialmente fundada em 1147, por D.Afonso Henriques. O primeiro rei na nação prometeu que se conseguisse conquistar Santarém e Lisboa aos Mouros, mandaria erguer um templo em honra de São Vicente, o Santo padroeiro de Lisboa.
Mais tarde, entre 1582 e 1629, D.Filipe I mandou anular praticamente todo o antigo templo, e deu início à construção da actual igreja fora das muralhas, daí o seu nome ser Igreja de São Vicente de Fora.
A fachada da igreja apresenta um estilo Maneirista com influências italianas, mas adaptado ao estilo português. Sendo ladeada por 2 torres e albergando, como plano principal, as imagens de Santo Agostinho, São Sebastião e São Vicente.
O interior da igreja apresenta uma única nave coberta por uma abóbada, um imponente altar barroco, oito imagens monumentais e o maior órgão de Lisboa, datado de 1765. Embora a igreja nem sempre esteja aberta, o mosteiro, que fica à direita da mesma, encontra-se aberto todos os dias. Ali podemos ter a oportunidade de ver a antiga cisterna, os claustros cobertos por uma maravilhosa colecção de 100 mil azulejos, a sacristia, o museu de arte sacra, o terraço junto às torres e o Panteão da Dinastia de Bragança.
Avançando cronologicamente na história de Portugal, encontramo-nos, na Dinastia de Bragança, nos reinados de D.Pedro II e D.João V. Ambos tiveram uma importância notável quanto ao nível artístico em São Vicente de Fora.
D.João V teve efectivamente um grande destaque quanto à rica decoração do edifício, desde trabalhos em pedra, estátuas de estilo italiano, a azulejos...
D.João V, o Magnânimo, decidiu contar a história de Portugal em azulejo, de um modo heróico e um tanto tendencioso, para poder glorificar o país e deixar cair no esquecimento a Dinastia Filipina. Não podemos esquecer a extraordinária série de 38 painéis de azulejos, que também podem ser vistos no mosteiro, inspirados nas fábulas de La Fontaine.
"A Galinha dos Ovos de Ouro" - La Fontaine |
Quem passa por este lindo monumento, tem ainda a oportunidade de visitar o Panteão da Casa de Bragança, inaugurado em 1885. Nele encontram-se os reis e algumas figuras monárquicas da Dinastia de Bragança.
No centro do Panteão podemos observar 4 túmulos, mas 2 deles destacam-se por se encontrarem lado a lado, e a meio terem uma fria e branca estátua em pedra. Esses túmulos são os de D.Carlos I e de Luís Filipe de Bragança, a meio encontra-se a estátua branca de uma mulher a chorar, que simboliza a Dor de Portugal, pela morte, pela violência e desrespeito pela linhagem monárquica portuguesa. Os outros 2 túmulos, são de D.Amélia de Orleães, rainha viúva e mãe desolada, e de D.Manuel II, o último Rei de Portugal.
No Panteão podemos encontrar os túmulos de outras figuras monárquicas da Casa de Bragança, como o túmulo de Catarina de Bragança, a princesa portuguesa que se tornou rainha de Inglaterra ao casar-se com Charles II, em 1662. A rainha Catarina de Bragança foi uma personalidade com destaque na sociedade inglesa, tendo levado para a Grã-Bretanha dois hábitos curiosos: o banho, uma vez por semana e o conhecido Chá das 5.
Deixo-vos agora, a minha opinião pessoal. Considero que este espantoso lugar deve ser visitado e divulgado.
Confesso que criei uma certa ligação com esta linda igreja. Não criei este afecto, apenas pela beleza da arte sacra, mas sim por todo o conjunto de vislumbres, desde a beleza arquitectónica, dos azulejos, dos trabalhos em pedra, da história do monumento, da saudade monárquica, da maravilhosa vista panorâmica sobre toda a zona da Ribeirinha de Lisboa e de toda a magia existente neste lugar.
Aconselho vivamente que visitem a Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Tem um preço acessível, é possível tirar fotografias na maioria dos espaços, aumenta a cultura e felicita-nos com momentos lindo para recordar.
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